10 de fev. de 2008

brechó!

mas bah!
q experiência massa essa, ver as outras pessoas saindo da tua casa com as tuas coisas...
é legal! mto legal!
mais ainda vender as coisas pelo valor real delas, um valor q fique bom pra quem compra e pra quem vende.
desprendimento das coisas é dificil, ainda mais quando as minhas coisinhas de casa foram em maioria presente de pessoas queridas, que me apoiaram nesse desejo de ter essa outra experiência, de estar só. de manejar sozinha a própria vida.
o próprio espaço,
a própria comida.
o silêncio ou a música.
as companhias,
a bagunça...

tão bom.

nem acredito.
que esse ano passou, q eu cresci tanto.
que estive sozinha, "independente" e com tanta coisa minha, me senti tão livre.
e agora entro nessa nova fase
sem tanta coisa minha,
me sentindo ainda mto livre!

q bom!
agradeço a todos que vieram me apoiar!
e desejo que aproveitem muito os "meus" objetos...
q sejam tao bonzinhos qnt foram pra mim!
tão úteis.

enfim. a casa e o lar...
dá na mesma?
nao sei nao,
acho q mais uma vez depende.

hoje me dei conta, somada a loucura de ontem, de como projetamos as coisas, e elas realmente acontecem.
quando nos permitimos sonhar, projetar, já se inicia a conquista, ali mesmo.

hoje sou bióloga
sou brasileira,
sou latino-americana,
sou educadora,
sou mulher,
e ainda sou filha...
sô mana,
sô amiga

e vou sentir mta saudade desse povo que amo de Porte Alergre!

jah to sentindo ahorita!

9 de fev. de 2008

Surpresas

nosssaaaa!
momento retrô, forte, forte!
grandes amigas, aproveitam a desculpa da despedida, do brechó, pra trazer pra mim pedaços de uma passado próximo e bem distante... mas bem doido, e mto parecido com esse história nova de blogs.
vou colocar aqui, com essas duas criaturas queridas me ditando, fragmentos de cartas q escrevíamos durante a adolescência.
vale a pena registrar.
e comentar: é mto especial a vanessa ter guardado esses 8 anos essas cartas.
lá vai :

"Acho que vou aproveitar a correção da prova de matemática para viajar:
Queria uma dia acordar com a delicadeza amarela das petalas de uma margarida
a fazer-me carinho no rosto,
e quando abrisse os olhos, avistasse o rosto da pessoa mais querida para mim no mundo todo, que viesse bem pertinho e com beijinhos leves e doces,
me fizesse sorrir e acordar com vontade de viver...
e com amor me abraçasse e me sussurrasse ao pé do ouvido: bom dia meu amor...
e que em seguida saísse para trabalhar, talvez comigo, ou talvez mais longe.
Trabalhasse numa coisa que lhe desse prazer e que fosse correspondente aos seus ideais.
e eu me vestiria com uma roupa bem simples e iria para o trabalho de bicicleta,
chegaria num lugar onde crianças viriam correndo me dizendo: maninha, venha ver o desenho que eu fiz pra ti... tia, acabei meu livro, obrigada... Dona Anna, a senhora tem q trazer mais argila para o projeto, as crianças adoraram... minha filha, quando é que vais fazer de novo aquela aula de desconstraçao? o pessoal tah perguntando...
e todas essas vozes chocariam-se como carinhos ao meu coração,
e responderia-lhes com o mais sincero sorriso,
e de lá, depois de resolver as ocupações diárias, naquele lugar, que durante tantos anos fora um sonho, iria para meus outros trabalhos, de desenvolvimento sustentável, de incentivo ao trabalho das crianças da Febem na agricultura orgânica, e até mesmo na gestão de Poa (Porto alegre) (por que nao?)
e a noite voltaria para casa, extremamente cansada, suada, e louca de fome...
mas muito feliz
e encontraria outro, fedorento e contente, sorrindo para mim, cozinhando para mim, e antes de comer: uma reunião pessoal no chuveiro...
e então para nós, unidos,
mais unidos do que qualquer outros,
os problemas seriam nossas diversão!
...
ô nessa, não dá bola, é que sonhar não custa nada... e aliás, por acaso, sabe o que significa "minha larangeira verde, por que está tão prateada..." e continua com mais devaneios...


gente eu já fui mto legião urbana!!! e hj tive q pôr no google, pra descobri qual das músicas era essa. l
ogo uma que eu pensei q jamais esqueceria: sereníssima:
"sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas.
....
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo."

digamos q esses fragmentos da letra praticamente adiantam a análise do momento retro.
bom, mas pára tudo.
minha cabeça tá uma pilha!!
q doido!!
pra começar: q a Nessa tenha guardado isso.
e mais, me contou que leu essa carta pra várias pessoas, que a viagem descrita nela, retrata tudo que ela veio a desejar na vida dela!
pra começo de conversa isso já é forte.

relendo cada trecho dessa viagem, mil fichas caem, e parece até que eu conheço a pessoa que escreveu.
cada pedacinhos, retrata a inocência, somada à ambição e às leituras q tava fazendo naquela época.
mas a despeito de toda a pieguisse e romantismo excessivos da viagem, convenhamos, é um baita sonho idealista, socialista, construtivista, auto-gestionista e tantos outros istas que eu já julgava tão superados!

e que vontade e que inocência a minha (novamente) achar q um dia vou superar os istas que nos cercam e nos limitam e nos rotulam...

mas eu vou ali, ler de novo. e pensar.
o que ficou de tudo isto ou istas...
...

bah
sem palavras.
superados os preconceitos, que são exatamente os mesmos q me fizeram escrever somente pra mim mesma nesses 8 anos, dá pra aproveitar bastante essa carta.
cara, ela é o retrato perfeito da minha incansável tentativa de, numa escola particular de classe média-alta típica de Porto alegre, manter-me numa contracultura.
(mas aqui esntre nós, como eu sou exagerada)
como era foda ser adolescente, idealista e sonhadora, no meio de um bando de criaturas consumistas. só queriam consumir umas as outras, usar, e jogar fora. tudo q valia era comprável, inclusive a beleza. por isso o detalhe de que eu vestiria uma roupa bem simples.
ao ler essa viagem fiquei imaginando quantos jovens pelo mundo todo passaram exatamente pela mesma situação que eu.
ao valorizar o q eu escolhia, me colocava fora do mundo em que estava.
parece típico.
mas hoje percebo como isso me definiu.
aprendi a viver na margem
aprendi a suportar isso
e não me render.
foi uma escola útil

(por isso sou tão durona hoje em dia... e nao é elogio não...)

não posso dizer q a minha situação mudou muito hoje.
continuo tendo sonhos e aspirações muito diferente da maioria.
mas hoje conheço mais gente com quem compartilho valores e perspectivas.
e isso é muito bom.

me impressiona a fantasia com o maridão...
super idealista, e sonhadora.
mas já tive um amor q cozinhava pra mim, e que trabalhava comigo e que era meu parceiro.
por tudo isso que eu nem lembrava ter sonhado (muito menos de forma tao inocente) é que me apeguei profundamente à ideia de estar com ele.
esse parceiro que pensei q fosse o cara.
e que ainda hoje não posso afirmar que não é.

ele tem tão a ver com esse sonho...
saudades
não sei se do passado - de desejar isso inocentemente, distantemente..
ou de viver isso, de cantinho e gostoso.
mas qualquer coisa é melhor do que o limbo de querer e nao poder ter.

hoje, thanks to Jah, eu sonho de novo com isso.
que é um upgrade em relaçao ao limbo.

e o que eu faço com o constrangimento dessa minha fase legião urbana, inocência, mini-socialista, prof, e nao sei o que de colégio particular com pais revolucionários??

acho q o lance é virar a página.
superar o constrangimento de ser mesmo isso aí.
uma sonhadora, pateta e apaixonada pelas inúmera possibilidades dessa vida,
tão criativa que é.

e segue o baile!

7 de fev. de 2008

...quem chega cedo bebe água limpa!


Disse uma amiga, prometendo madrugar, para garimpar no meu exercício de desapego.
este fim de semana vai fechando o fim do ciclo.
vou entregar o Apê, fazer as malas literalmente, e vender tudo que não preciso.
armário, roupas, até aquelas coisas q gosto muito.
vai ser bom, já está sendo, na real.
esse brechó, essa mudança mexendo comigo...

quero escolher umas fotos do carnaval.
as coisas incrivelmente têm acontecido como eu desejo.
nunca é preciso, mas rola, e por isso sou muito grata.

passei num intenso processo esses dias de festa.
fui conhecer o lugar, que já não mora mais no meu colar, não se restringe ao meu colo.
é o lugar que o grande amor escolheu pra ele.
é um lugar que eu escolheria.
mas ainda nào escolhi.
só posso fazer isso depois.
preciso ir.

lembra?

fiquei tão feliz hj, qnd falando com uma querida amiga ela me solicitou q escrevesse. q estava querendo me ler.
fiquei tão feliz hj, falando com um dear friend, q me disse q minhas fotos estavam ótimas.
fiquei tão feliz hoje por ter tido dois dedos de prosa com minha querida mãe.
mal sabe ela o quanto eu a admiro.
nào pq eu nào diga, mas pq ela é daquelas pessoas que não busca admiraçao.
tudo q ela busca é dignidade. ela busca fazer a diferença como puder, e também ser feliz.
nossa, que alívio.
por mto tempo ela só se dedicava a nós dois, seus pequenos brotos...
e eu e o mano crescemos fortes!
interessadíssimos nesta vida.
ela conseguiu.

hoje conversamos sobre a vida, assim, no meio da janta.
estavamos naquele papo padrão de tipo: esse mundo capitalista exige q as pessoas se alienem, e seja individualistas...
aí eu disse: mãe, tenho uma coisa mto séria pra te dizer.
na minha cabeça eu pensei em começar dizendo o quanto senti falta dela esses anos, em especial esse ano em que saí de casa. depois queria dizer, emocionada, que sentiria muita saudades mesmo, mas que ela tinha que enfrentar isso: eu estava indo mesmo. pra talvez nao voltar.
(não sei por que isso nao sai da minha cabeça).
mas o nó veio, e nao disse nada disso.
pulei pra contar pra ela a parte q não me faria chorar.
contei q hoje, ao sair do shopping (fui comprar uma passagem de avião pra Montevideo) me senti tão estranha, pensando que era tão diferente.
todas aquelas pessoas buscando um tipo de satisfação, umas nas outras, nas coisas que adquirem.
e eu?
o que afinal eu buscava?
com essa minha inconformidade.
com essa mania de liderança.
com essa consciências que quanto mais quer, menos tem...
já saí da alienaçao (em algum sentido)
já sei que nada sei.
já sei q é preciso mudar.
já sei que há injustiças.
sei que há alternativas.
sei que há mentes a serem contaminadas.

mas como?

é, quero conhecer essas histórias, que estão por aí, pelo mundo, abalando suas estruturas.
cambio.

mas e eu?
ah, depois eu resolvo isso.
a saudade da mãe nào mata.
não matou antes, não vai matar agora.

e a saudade dos que eu nem conheço ainda?
essa sim, essa me faz levantar e andar.
me poe de pé bem cedinho.

porque eu tb quero beber água limpa, dessa fonte de inspiraçao que é a Ashoka (www.ashoka.org.br)!

A Naturaleza move. ela sabe o que faz.
e nós?

a doidera do processo recém vivido foi forte.
por um momento (alguns dias)
vivenciei e entendi tanta coisa, que há tempos vinha madurando,
vinha decantando na minha mente.
e é como o efeito da fumaça que tantos buscam,
pra conseguir sair de si, e entender o que esta passando a si mesmo.
eu pude sair, de várias formas. e entender.
entender o outro ainda assim nao significa consensuar.
ainda não acredito nesse caminho.
entendo, aceito.
mas tenho muita curiosidade de conhecer outros.

vou em busca dessa força também.
entendo os motivos, entendo os efeitos, entendo.
mas ainda não vou me entregar.
sou dura e nao considero virtude.
mas é virtude reconhecer em si os próprios limites.

entre outras coisas tomei meus 1os banhos de rio nua com a mão no bolso....
hehehehe
legal.
apendi a fazer bolo sem fermento, só com clara de Pata em neve.
aprendi a fazer cuzcuz.
aprendi muito sobre mim, sobre eles.

agora é assim.
bate um vento frio na barriga, na espinha, nas costas.
vai batendo a saudade. vai-se relativizando as coisas q antes eram eleitas problemas.
percebo como tenho bons amigo, ou como gosto muito dos que tenho.
percebo a música diferente no meu corpo.
e o valor de se ter tolerância.
de ser solidário.
de entender.
em especial o outro, pq a gente precisa tanto né?
ser entendido pelo outro.

o tempo, quando se passa um tempo perto de algo tão grandioso como a Mata Atlântica, seus rios e seus frutos, ele muda.
as coisas todas mudam de valor.
e a busca pelo sentido talvez nem seja mais necessária. pois já se está lá.
lá é bom o suficiente.
não se precisa mais ir.

eu viveria lá.
se eu estivesse aqui, pra poder ficar.
mas como sabemos, já não estou.

saudade é um sentimento muito rico. nos faz muito dignos, pois demonstra q à algo damos grande valor.
e como é importante dar valor às coisas vivas, pessoas ou não.
a gente é que ganha sentido ao dar valor à coisas que realmente tem valor.

sonho em um dia poder dizer muitas palavras com as imagens q seleciono do contínuo cenário em que existimos.

vento faz bem nessas horas.
luz também.

obrigada

obrigada