12 de dez. de 2008

Bueeeeno!

Precisamente en Panama city,
anuncio meu asco oficial pela compania COPA, e nao recomendo nem ao meu pior inimigo!!!

Os dias que passei em bogot'a foram tao catarticos que nao consegui nem olhar pro computador.
quatro dias.
algumas pequenas coisas pendentes.
uma respirada final antes de dar o mergulho mortal
do tal casamento.

foi bom pra sentir saudade, foi bom pra seguir o fluxo.
para ver pessoas boas, com vidas ebm diferentes da minha.

e para perder o voo a sao paulo.
e botar todos os planos no chinelo.

eu vou logo botar as fotos, e contar melhor como foi.
deixa primeiro acontecer.
deixa eu chegar no brasil
j'a faz 10 meses q eu fui.
'e a 1a vez que eu vou.
e to curtindo como se pode.

saudades

27 de nov. de 2008

mi dedito


Mi deditooooo...

essas palavras, ditas com voz de choro, banhadas por muitas lagrimas, são o highlight da minha semana passada.

Que loucura que um pequeno corte no dedo, por um mal manuseio da faca de serrinha, possa gerar tantas emoções!!
quem me conhece já sabe que não sou das melhores com sangue, especialmente com o meu.

Estava cortando o pão, numa manha de domingo agradável, até que num descuido, tudo que vinha sentindo ganhou uma oportunidade de ver a luz do dia do lado de fora do meu corpo.
comecei a chorar como uma criança, daqueles choros que ninguém vê, sem escândalo, de dor mesmo, e de medo do desconhecido.
pq qnd a gente é pequeno pensa: será q vai cair a pontinha? será q um dia vai parar de sangrar? será q eu vou secar pq vai sair todo o sangue? essas coisas.

mas quando começo a chorar pode sentar e mudar de canal, pq a novela vai longe.
olhava o meu dedo e tudo vinha.
me sentia só.
pensava na minha familia q estava tão longe.
lembrava das varias cenas q vi minha mãe, sempre cozinhando com pressa, tirar tampas dos dedos nesses super raladores que vendem no centro, e de repente a batata q ela tava picando ganhar cobertura de sangue. e eu lembro da angústia que sentia pq ela botava o dedo de baixo da torneiro, apertava a ponta e também os olhos, marcando as ruguinha bem recentes nela, tão jovem adulta, e prendendo do lado de dentro o choro.
me dava pena, aí chorava eu por ela. e ela me enxotava da cozinha e dizia: Não foi nada guria! deixa de drama!
isso me fazia lembrar quando muitas pessoas queridas e bem próximas me acusavam de que eu precisava de desculpa pra chorar.
não é que tinham razão?? pq já fazia uns dez minutos q eu chorava, e doía bem pouquinho. eu olhava pro corte e tirava o outro dedo que tava apertando, pra saber se já tinha parado de sangra, e começava a sangrar de novo.
aí eu lembrava do meu Mano, que con 5 ou 6 anos perdeu a pontinha, e imaginava se ele sentia a mesma sensação que eu: de que tinha cagado, não precisava ter cortado...mas cortô!
mas aí chorava mais, pq lembrava q a pontinha dele não ia volta a crescer, como ele tanto me perguntou quando recém tinha acontecido. e sabia q ele também não chorou, pq não queria deixa o vô mais nervoso.
de pena do seu amado avô, que tinha acabado de decepar o dedinho de seu neto querido e tão pequeno, para sempre.
o Avô que seguiu a ambulância de Imbé até porto alegre, no seu chevete escuro e calorento, quem saberá se chorou ou não? as vezes penso que sim, um pouquinho, porque a dor era tanta e ia durar tanto tempo, que um pouquinho só, para não explodir não tinha problema, não redimia a culpa, não disolvia o cancer, mas quem sabe, um pouquinho só. quem sabe?
e eu de saudade dele chorei e chorei mais ao imaginar a solidão do meu irmão na ambulância, e a coragem de dizer q não doía, quando seguramente cortar uma falange de un dedinho mínimo de um gurizinho de 5 ou 6 anos dói!
e esse nó na minha garganta que só crescia.
e como o sangue que não podia parar de chorar, eu também não parava de sangrar.
aí vem o Jorge, com a violeta genciana, essa coisa roxa no meu dedo, e manchando todo o caminho, ri do meu choro solto.
ele me olha e diz q me ama, e pede para eu nunca mudar.
ri, que rola no chão, pq já faz mais de meia hora que eu choro.
e rio também das suas estripulias, q de qualquer forma me alegram, mas não tapam as comportas que uma vez abertas só terminam quando de verdade acaba.
e entre choro e riso, eu olho e olho e olho pro corte e penso que de verdade a dor é pequena, mas dói. e lembro do pão integral, da cenoura bem dura, da vagem, cebola e todas as coisas que pico diariamente para fazer a comida. por um segundo alucino que elas também sentem dor, e me dá pena, e penso: como vou comer de aqui em diante?
imagino seus corpos durinhos e coloridos, cada um com seu tipo de textura, vivendo o momento de ser picado. não posso conter a tristeza de pensar que gero tanto sofrimento.
concluo que estou louca.
resolvo contar pro Jorge, afinal ainda há tempo de ele fugir.
sabe porque eu to chorando??
e ele sorrindo, me abraça e pergunra: por que??
é que eu começo a lembrar e pensar na minha familia, no dedinho do meu irmão e nas mãos da minha mãe, que são tão iguaizinhas às minhas, e vou, e vou e vou até imaginar que as coisas q eu eu pico também sente a dor que eu sinto quando me corto!
pronto contei.
e espero que ele se incomode, claro...
que me dia que isso já é de mais!! fico procurando desculpa pra chorar!!
mas ao contrário ele sorri, me abraça e me diz: mi reina, mu dulzura, como te amo.
e eu pergunto: sério? mesmo?
ele ri,
claro.
tu com as tuas, eu com as minhas, não há forma de que sejam mais compatíveis as nossas lou-curas.

eu penso um pouco e finalmente me acalmo.
já não há mais razão pra chorar.
o meu dedo, roxo, picado
já conseguiu parar de sangrar.

e eu nisso tudo, como bem disse ele, vou encontrando a minha cura-ção.

17 de nov. de 2008

me voy...



Que lastima, pero adiós.

que engraçado.
como vou fazer para pôr os vídeos no meu livro?
isso é algo q o Blog te possibilita. e o livro???

sinto como se a história tivesse mudado tanto
a mim
que já não posso mais seguir escrevendo.
tenho vontade de reescrever a trajetória, com mais detalhe
antes q se apague da minha memória.

tenho mais vontade de ler... lembrar.
faltam 3 semana para eu ir outra vez para a Colômbia.
depois para Sampa, matar a saudade de Alicia, Flora, lu, Alemão, Tania, Lina, Mirna e Elena...
cada um dos preciosos corações que me conquistaram, e fizeram de São Paulo um lugar menos hostil.
e depois Porto Alegre.

VOU para Porto Alegre!
é a 1a vez que vou para lá

pq sempre estive lá.
nasci, cresci, uma infância incrível, marcante, especial.
Adolescência intensa, definidora de caminhos, forte, útil, histórica, social, política.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a que eu sempre quis, a que foi culpada por mim.
Onde os meus pais se conheceram, onde eu me conheci.
e provavelmente te conheci tb.
ou não.

As primeiras viagem sempre foram dentro do estado, para tramandaí, no geraldosantana, para Imbé, na casa dos amados avós, em Rio Grande, na casa do melhor amigo do pai, Horizontina, na casa do tio Luiz, em Canela, no sitio do pai, nas praias da Laguna dos patos, e por que não no Lami? Ao Uruguai, pelo Chui, com a mãe, o pai e o Mano, brigando toda a viagem no banco de trás. 1a vez em SC em Bombas, depois garopaba, acampamentos em siriú. Curitiba, Baia de Guaraqueçaba, trabalho voluntário na Ilha Rasa, em São Paulo Encontros para filhos de fellows ashoka, ENEBS: Bahia, RIO, SERGIPE, conebio em BH, Estados Unidos com 16 anos para aprender ingles (meu 1o voo de avião). Outra vez Sao paulo, Londres, pais de Gales.

Isso tudo foram viagens, mais curtas, mais longas,
e eu ia e voltava para Porto Alegre.

Este ano, 2008, finalmente eu FUI.
e como quem vai não pode jamais voltar.
eu só fui.
e ponto.

e agora, saio de Lima e vou para Porto Alegre.
e apesar de conhecê-la muito bem,
e apesar de morrer de saudade de tudo,
do Govinda, do Mercado, Da Ufrgs, da Lima e Silva.
dos amigos, das carinhas deles, das vozes, dos parques, do Gasômetro.
da Minha mãe, do meu Mano, do meu pai, dos cachorros.
apesar de tudo isso,
com tudo isso,
é a 1a vez que vou pra lá.

e a 1a sempre é muito especial.
depois vão vir muitas outras idas.
mas essa, sei q vai ser especial.

e não canso de imaginar tudo.
de pensar se vou ter tempo do contar aqui.

vou reencontras as amigas, quero que seja na lanchera.
vou organizar a festa.
vou comprar roupa de baixo.
vou buscar meu diploma na UFRGS,
vou justificar ausência na eleição,
vou renovar carteira de motorista,
e ver se faço versão internacional.
vou visita a bisa,
vou no cinema com a mãe.
vou levar amigos de várias partes do mundo.
vou apresentar para eles a minha cidade,
e ao mesmo tempo compartilhar a 1a ida a Porto.

vou ver a barriguinha a Ana, com outra menina dentro.
vou me apresentar para a Anita e descobrir se ela vai gostar de mim.
vou abraçar as pessoas sabendo o tamanha da saudade q tenho e da q vou ter mais ainda.
vou ver se a Annete quer editar meu livro!
vou na festa de 20 anos da Projeto,
e vou encher meu coração de alegria com os rostos e abraços dos meus quase 300 ex alunos.
vou beijar a martina e o João.
vou mostrar minhas fotos, e mandar revelar tb na Via Color.
vou passear fazendo de conta q tudo é novo,
e tudo será novo cada dia.

vou passar o ano novo em floripa, numa casa de pria maravilha de um amigo querido.
vou mostrar o Daib pro Peru.
vou recuperar a minha camera de filme, ou não.
vou escolher as coisas q vou trazer pra casa.
vou deixar vestidos, roupas, bonecas.
pra quando a gente vá um dia morar no Brasil

vou me acostumar com não ser mais só gaúcha.
vou aprender a gostar daqui também.
vou sentir sempre muita saudade,
do lugar mais lindo do mundo q é a minha Porto Alegre.

vou tambe'm deixar de fazer muitas coisas
que gostaria, mas não se pode fazer tudo.
vou aprender a ser mais tranquila com isso.
e vou seguir viajando, indo, mudando
até o fim da minha pilha.

mas o que eu quero mesmo é ter a minha escola, a minha casa e os meus pequenos.
quero de todas as cores e sabores, olho puxado, cabelinho bem crespo, bundinha branca, o que vier.

o q importa é saber viver cada dia.
dar cada paço com fé e paz.
pq o amor é quem move a vida.
e o mundo pode tá fudido,
mas a vida é mto maior q a gente.
e nela a gente pode confiar.

7 de nov. de 2008

Irônico


coleção
de imagens
raras.
hoje o sol fez dois buracos nas nuvens, como se tivesse botando luz
no lugar q os escravos botavam as mão, para serem castigados pelo injusto destino q a história lhes dava.
mas as mão no céu eram cor.
luz colorida.
era só um pedacinho
deixava claro
que já era de mais:
céu azul,
trabalho rolando.
noticias boas.
e um arco-ires inteiro?
era de mais.

eu falo com pessoas
e não lembro mais como era ser eu antes.
a gente muda tanto.
mas a vida sempre sabe mto bem o q tá fazendo.

eu lembrei daquele dia, de vestido negro, com peixes de Luna,
dia q fazia muito calor, e eu ainda tinha a minha juba comprida.
dia em que eu queria me sentir leve, mas estava pegada no chão.
dia em que eu queria saber o que ia acontecer.
e sabia.
mas queria sem sofrer.
inútil
sofria,
e estava lá, em Porto
ainda,
embora não sentisse isso.
sentia o pé em São Paulo, a alma no México, e algo mais,
algo mais não sabia onde.
e era no Peru.

eu por largos montes de dias me esqueci como sonhei com o Peru.
na primeira oportunidade que tive, fugi.
na segunda mais ainda.
na terceira aceitei com medo, com peso, quase desgosto.
não sabia mais onde ía.
mas não era mais o Peru sonhado.
era o Peru q dava pra ser.
o Peru duro, de Lima,
que cada vez dói menos.
cada vez é mais fácil, é mais meu.

e esses dias varrendo esse carpete e pensando
será q eu consigo que seja livro?

que história era essa que eu vinha escrevendo??
ela não era estupidamente genial, nem inovadora ao ponto de estourar as vendas.
mas o que tem de mais louco nela?
é que ela é real.

embora eu já soubesse q tipo de história eu ia escrever para mim mesma
embora eu acreditava q era esse mesmo o caminho q eu tava escolhendo,
é surpreendente me dar conta como foi tudo.
como foi se construindo a história que estou contando.

a história de alguém q anuncia claramente q vai
FUI
em busca de sentido, de experiência e exposição.
alguém q na verdade por um tempo tinha morrido
e tava, depois de renascer, recém reaprendendo a caminhar.
e tinha morrido por optar viver
no sentido mais biológico Maturana que hay
amor
ação que engloba uma imensa gama de pequenas coisas subjetivas, confusas, e intensas.
e que, em geral, é eterno enquanto dura, e quando acaba, mata.

alguém que omitiu toda uma parte íntima da história em forma de fotos, devaneios.
mas q sabe q tem um time de amigas q sim entende muito bem, pq cada palavra tem tanto sentido.
alguém que enfrentou suas próprias incoerências, por puro prazer de enfrentar.
agarrada na esperança de que isso ia fazer crescer.
...conflitos até com a própria sombra,
saudade, apego e despego com as 7 casas de cada pais.
medo, e coragem para cada novo passo.
alguém q sonhava em conhecer as pessoas
aproximar-se delas,
desfrutá-las
curti-las,
foto-recordá-las
pintar com elas
essa pequena história de viagem
de busca.
que aparentemente é ao exterior de um país, de uma região ou da cidade que passei toda a minha vida.
mas que na verdade é um esforço de a cada passo ir despindo mais uma casquinha
da ferida que fica depois de tudo q se vive
pra se transformar em mulher adulta.
e cada pedacinho da casquinha q vai ficando no chão,
nojenta e especial
que só tu sabe o valor
vai te deixando mais leve
e te cavando um buraco
de saudade,
e enquanto ainda estás vivendo cada cena, já te dói pensar q vai passar.
e que vais levar pra sempre
mesmo q nunca mais possa voltar lá.


e eu posso voar para dentro do meu apartamentinho do ano passado, que foi todo um projeto imenso, com ajuda de toda familia e amigos, mas que tinha data para acabar.
e quando eu sentava na minha cama e olhava tudo e já estava aqui onde eu estou hoje, e dizia pra mim mesma: essa é a minha vida. eu sou responsável por mim.
e chorava lavando a louça
escutando Jean Baez,
percebendo o mundo com um intensidade violenta,
e viajando no tempo para o agora.

eu lembro de como eu me sentia aí
ou quando eu decidi vender tudo
e tinha alguma pequena dúvida se tava fazendo uma cagada,
mas tinha muito prazer em fazer isso
e correr o risco
pq algo me dizia que eu sabia o que eu tinha q fazer
e q tinha q re-aprender a confiar em mim
e ia
e ia
e podia dizer e contar que fui.
e seguia.
e tudo podia acontecer, mas eu não ia voltar jamais!!
tinha prometido
ao escutar um clássico samba que diz q quem vai nao volta jamais, pode ir outra vez para o mesmo lugar, mas isso já não é voltar,
pq quem vai nunca mais é o mesmo.
e falar isso, escutar no mp3 é super romântico, super emocionante,
já viver isso,
é de uma forma intensa e ao mesmo tempo calma
que quase te faz levantar e andar.

e assim foi.
cada passo,
cada movimento
que representava para mim aprender a viver.
outra vez aprender a ser feliz sozinha.
reconstruir todos os meus sonhos de novo
sozinha.
em outros cenários, com outras companhias.
sozinha.
sem familia, sem história.
a vida como caderno novo, com capa dura e um monte de figurinhas invictas para decorar.
só que dessa vez escolhi q não ia ser mesquinha,
q na 1a semana ia gastar todas as figurinhas.
pra nao fazer que nem todos os outros anos em que, com pena de desperdiçar, terminava o ano com as figurinhas esquecidas na 1a folha.

e fui gastando, mas foi acontecendo aquele fenômeno da tal multiplicação dos pães,
aquele de Jesus,
quanto mais eu gastava, mais pães apareciam.
figurinhas...
e nao cansava
pelo contrario, me dava forças
para ter mais forças
para embelezar o mundo

e por onde eu fui passando fui deixando uma sementinha
fui amando, e desapegando.
fui jurando que tava aprendendo a estar só.
e quis tanto aprender
quis tanto estar só, ser livre, não precisar de ninguém,
tanto, tanto
que cheguei do outro lado!!
no outro extremo, para dar risada e entender mais e mais.
q na vida a unica coisa certa é as leis de Murph.
e que quando tu decide uma coisa,
tão decidida, tão bem deicida,
vai ver:: e essa coisa já é outra!

eu que queria ser feliz sozinha, e fui tão feliz sozinha, tão feliz sozinha
que vou terminar meu ano,
meu livro,
casando.

é ou não é irônico,
como diria meu adorado carlos urbim,
uma caixa de lápis 36 cores
na mão de um guri daltônico.

3 de nov. de 2008

depois do terremoto que não foi terremoto


eu
sendo feliz

no meio da mais luminosa incoerência da capital do Perú:

um parque de água e luz, dois recursos naturais em intenso desperdício, na capital do país que é precisamente um deserto!

mas isso é bem coerente com o prefeito daqui, q nas favelas, q estão em imensos morros de areia, sem água potável, nem nascente aproveitável, constrói clubes com piscinas e escadas amarelas.
as imagens são impressionantes, logo vou colocar aqui.

e na vida tudo é assim
te deixa de calça curta por qualquer deslize.

onde encontrar a liberdade para viver, enquanto as oportunidades oferecidas são de apenas sobrevivência...??

Ahhh, as cores...

2 de nov. de 2008

Meu 1o Terremoto

Não é terremoto, Anna, é Temblor, explica Jorge, quando afirmo sorrindo:
foi meu 1o terremoto.

Eu, deitada na cama, sábado de manha, normal, um pouco chateada, pensando no tema da discussão, e escutando o barulho da ducha em que se banhava...
de repente por um segundo penso: é uma criança mesmo, se atirando assim na cama, como se tivesse 5 anos, pensa que assim se resolve tudo, me fazendo rir...
pero, em micro segundos raciocino: ele continua na ducha!
num movimento brusco destapo o edredon da minha cabeça e olho toda a cama, que balança como um colchão dágua, em ondas.
não está!
Não tinha se atirado na cama, mas vinha correndo do banho,
enquanto o piso de baixo dos seus pés balançava como se estivéssemos em auto mar
aí já entendia o que acontecia.
mais alguns micro-segundos: me levanto.
vestir-se correndo... descordenada, tremendo.
não sei se era a minha perna ou o chão de baixo do meu pé.
nunca vou saber.
penso, será q toda casa vai despencar?
onde estará a minha câmera?
é o que eu tenho de mais valor, preciso pegar, não posso deixar.
mas nao consigo me mover,
numa mistura de riso e choro pergunto, com os olhos bem arregalados: qué hacemos?
pega roupa e vamu sair daqui,
treme a 3a vez, já mais fraco que antes.
corremos para porta, os vizinhos na rua...
me explica: em geral é assim, saem pq primeiro vem fraco e depois vem o perigo.
e no fim nao veio.
mas eu igual me pus a chorar
devagarinho, olhando o pedacinho pequeno de terra do jardim minúsculo
do vizinho.
lembrei das raízes e das plantas, elas não desmoronariam.
pensei nos Incas e em suas construções,
pq não eramos assim tão inteligentes??
pq deixamos q caiam as casas?
me repreendem: nem foi tão forte, não chora...
tudo bem,
mas estava emocionada,
afinal era meu 1o terremoto!

23 de out. de 2008

UruguayAnna

Para um grande amigo, que me animou com as suas ganas de fazer arte,
com a coragem de quem quer amar, e não importa o que os outros ...
não importa!
aaaibeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
-viva, dialeto, grito sapucay, de origem guarani, é comum na fronteira- me explica.

tem gente q faz a gente sorrir com suas esquisitisses, seus esquemas pra sair desse mundo que marea, q deixa a gente sem rumo, sem graça, sem tanta coisa importante.

mas a vida vale, quando a gente vai olhando pra trás e lembrando que conheceu tanto! tanta gente boa, e ainda tem tanto por conhecer, Uruguaiana, por exemplo, nao conheço ainda.


Já o Jorge voltou do Uruguay, onde não tinha Anna, e por isso nao dormia bem, não comia bem.
dependência? fuso horário? amor?
sei não, mas é verdade que a pele dele tava horrível.
a cara era de exausto.
e em uma noite já estava melhor.
muitas noites sem dormir.
mas eu nao tive medo
de dormir sozinha.

ando com medo de outras coisas
ando um pouco confusa.
acho q se percebe, ou não?

qual será o momento certo para fazer as coisas?
nao penso no casamento, não, esse se fez sozinho
é dos bons, aqueles q a gente nem tem muito o que opinar,
vai passando e quando vê: já foi.
assim que é bom
não deixa a gente ficar exercendo essa característica mais desprezível do ser humano:
a dúvida.
Dilema, dilema é coisa chique.
pouca gente tem dilema nesse mundo,
talvez por isso me revolte tanto ser abençoada com essa jossa de Dilema

pra cá,
ou pra lá
eis a questão.
coisa de inútil ter dilema,
é ou não é?
eu sei lá, mas eu me sinto bem inútil
gosto mais quando sei o que quero, quando decido fazer algo, faço e aprendo.

Fui selecionada pra escola de Guerreiros sem Armas! e com isso fiquei muito feliz: agora é ver como conseguir a grana.
as vezes nao quero escrever no blog, pq sinto q nao vai rolar. vai sair assim meio tchoco, como dizem aqui.

mas tudo bem.
sinto falta ...
de q?
andei chorando de saudades da minha familia.
sinto falta da segurança colombiana. o sotaque doce como doce de batata doce.
sinto falta da solidão.
sinto falta de não saber onde estaria ano que vem.
já chegou o momento em que tenho q decidir onde.
já não é mais imaginar.
já é outra vez fazer escolhas.
e isso dói sabe,
quando mais consciência da tuas escolha mais dói.
pq escolher algo é perder todo o demais.
e perder dói.

to precisando ler o meu Zem em quadrinhos.
ando muito apegada as possibilidades.
eu que criticava tanto o vazio de viver o mundo das possibilidades...
ironia

mas sabe que?
aqui é bem interessante perceber como cada pessoa vai nos ajudando.
muita gente quer o nosso bem, e é legal tá no aperto, pq descobres isso tudo sem ter q estar com nenhuma doença terminal, como acontece com quem teve tudo a vida toda.
heheheh
tá, foi mal.

sinto falta de fazer foto.
de ver as cores de um lugar.
passei tempo de mais dentro de casa hoje.
mas me gusta contar-lhes de que sinto falta....

quero aprender línguas.
quero ensinar tudo que eu sei, ou tudo que parece interessante de aprender juntos.
quero uma casa de adobe, ou antiga de madeira,
para ser a minha escola de disoñadores.
quero que os grandes tenham aula com os pequenos,
pq a gente aprende muito assim,
já estou pensando o currículo da escola.
quero pensar como realizar isso.
seu eu posso, aí sim posso ensinar que todo mundo pode

escola de Disoñadores.
Da realidade ao Sonho, oferecemos passagem de expresso.
um viagem necessária a tua saúde.
não perca, não deixe de embarcar.vá de skate, patinete, bicicleta, rolimã. vá voando, vá bailando.
vá só na imaginação.
vá pela net, pela rede, pelo zero ou um, pelo tudo ou nada.
vá, mas não deixe de ir
por inteiro.
integral e ecológico, de preferência.
porque eu tô te esperando lá!

16 de out. de 2008

...

15 de out. de 2008

Fazer a sua parte X fazer tudo que se possa!

Pobreza é uma palavra tão ampla no meu idioma, e me faz pensar em primeiro lugar naqueles que andam com o espírito maltrapilho. não tem nem para dar, nem para vender.
Depois lembro que são esses os que sustentam a outra pobreza, aquela mais evidente: a que se nota na cara, que está suja, que está fraca. marcada por coisas que estão ausentes, que fazem falta. Essa é a melhor amiga da Caridade. e a Caridade vem como maquilagem pra cara do que tem espírito maltrapilho.
Passo pelo espelho esta semana: ui, preciso de uma melhordadinha: vou fazer uma boa ação.
Isso, boiando pela superfície do assunto.
Imagina o mergulho profundo. Passa pela geografia da Fome de Josué de Castro, pelas fotos do time so Sebastião Salgado, pelo homem caranguejo do Chico Science... Pelo menino de rua q te pede a moeda na sinal de trânsito, pelos teus ex vizinho do condomínio classe média baixa do passado, pela educação pública e sua história infame, pela solidão dos que são amontoados em cadeias, passa pela branqueamento da farinha, do açúcar e da sociedade como um todo-preconceituosa, passa por tudo isso, e pode viajar todo o mundo em um discurso, mas chega sempre ao mesmo lugar de onde saiu, em ti. em mim.
a pobreza é o problema mais fiel a humanidade, como o clássico melhor amigo do homem, sempre disposta a nos ensinar algo. sempre possível de encontrar em qualquer ambiente. e sempre aberta, no seu saco de gatos, pra acolher outros crimes humanitários com falta de classificação.
A Pobreza também é o 1o problema que um vivente energético, que decido mudar o mundo, tem que enfrentar.
a Pobreza é pano pra manga, pra passar todo uma vida fingindo que se está tentando ajudar.
a Pobreza é a prova de que existe uma coisa muito errada sobre como nos organizamos como sociedade, e que humano é um conceito que necessita urgente ser revalorado.
a pobreza foi a 1a coisa que me doeu as vistas, quando comecei a caminhar de mãos dadas com a minha mãe na rua, e lhe perguntando sobre o mundo, não pude acreditar nas resposta que recebi: ah, então as pessoas são assim?? deixam que outros estejam mal,e seguem seu caminho pela calçada?? Aí já sabia que não queria ser gente. porque ser gente era demasiado estranho para mim.
Não adianta tentar fugir, disse mamãe.
e eu entendi.
Viaje para teu interior, disse Leon Octávio, antes de escapar-te para o exterior.
De uma forma ou de outra, quando discuto com as pessoas sobre a realidade do mundo
e me dissem que foi sempre assim, suspeito que estão tentando fugir. "sempre uns tiveram mais que outros, em tooooda a história do ser humano."
e por acaso (SE isso fosse verdade) o que foi sempre igual assegura ter em si a melhor forma de ser? eu hein!
já escutei cada coisa.
Não vai ser individualismo, consumismo, nem humanismo que vai me convencer de que as coisas são como são.
eu quero as coisas como devem ser. por que não?
SOU MUITO EXIGENTE?

então tenta me responder: existe difenrença entre fazer a sua parte e fazer tudo que se possa fazer para mudar as coisas como são??
diz aí!

14 de out. de 2008

Martes sin ti...

Foi de martes sin ti, q me enamorei de você.
depois daquele encontro intenso, profundo, doloroso e marcante.
era sábado de manhã e tu tinha que me deixar.
mas só porque antes de ir me perguntou: que hacemos, me quedo mas unos días, o vamos a Macho Picho por tu cumpleanos?
Macho Picho, escolhi.
claro.
ia trocar dias em São Paulo, por Macho Picho, sonho da pequena menina bióloga??
jamais!
sem falar q era trocar o embalo de hoje, pelo reencontro.
uns dias a mais não era a mesma coisa do que outros dias mais.
distancia também significa acercamento.
e pra mim era isso q tava valendo, por mais mascarada q estivesse.
depois de ser sábado foi domingo.
e nesses dias eu escrevi sobre ti.
com medo de demonstrar um apego q nao queria de nenhuma forma cultivar
te chamei de um amor...
e na segunda-feira já defini minha vida,
fui a colômbia e não ao Peru.
com medo de te amar, sem tirar nem por
na terça já descia do avião.
com cabelo cortado a mão de Mila.
e recebia o teu correio.
tinha arreglado tudo
exames feitos, passado desfeito.
pronto
para
decepcionar-se com a minha escolha: Colômbia.
mas mesmo assim se esforçou para me entender, para respeitar.
logo, num impulso, aparece na minha frente, com olhar de menino
corajoso, apaixonado
disposto a montar lo cavalo e vencer a batalha...
contra quem?
fantasmas, medos, feridas...
mas antes disso, do reencontro que me conquistou de vez,
antes de ir me buscar em Colômbia
vieram centenas de emails
de chamas telefônicas internacionais.
e o 1o deles, que ganhou o meu coração.
que me deixou de boca aberta, e me fez sorrir por muitos dias de saudades,
foi o martes sin ti.
que me dou a liberdade de transcrever aqui, meu amor.
Martes sin ti
NO
No televisor
No bolsas en el supermercado
No gaseosa
No cigarros
No pollo que no sea ecológico
No miedo a enfrentar mis miedos
No desigualdad
No discursos vacíos


SI
Si agua
Si lectura
Si amor
Si esperanza
Si diversidad
Si colores
Si rainbow
Si Anninha
Si vida
Beijo
J. Mori


Aí começaste a construir
o conto cheio de colores, de encanto
a nossa maior aventura
o nosso sonho de presente
a nossa vida de cada dia, onde todos os dias não desaniversários,
vividos sem dó nem piedade, na dor e na tristeza
até que a pilha acabe
e chega a hora de nanar.
de desapegar desse dia tão especial
e deixa o próximo chegar.

hoje caminhei pela cidade
pela 1a vez estou sozinha
tu lá longe nas minhas Pampas
vai abraçar os meus amores, familia.
vai lhes contar como são importante pra mim
e agora pra ti também.
vai dizer que podem ficar tranqüilos
porque eu tô muito feliz contigo.
que somos perfeitos um para o outros, que até os defeitos combinam...

vai conhecer o céu de Porto Alegre
a luz que brilha na primavera, ou a chuvinha sabor namoro
que não quer que ninguém saia pra trabalhar...
Vai conhecer-me más y más
e vai voltar cheio de energia boa
da minha terra que eu amo, dos meus amores, familia

e eu aqui vou viver
o sabor das minhas escolhas
a alegria do dia a dia
da minha comida ecológica
que só faz sentido quando posso compartilhar com alguém mais.

vou desfrutar a saudade,
como nunca, te voy extrañar
porque não tem coisa mais maravilhosa
do que saudade de quem ainda pode voltar.

o meu Gracias segue ali.
es a La vida, a quien más?
porque a vida resume todos, os miles na lista
dos que merecem o meu obrigada!

amanhã Porto Alegre não será a mesma.
além da luta em defesa da Orla
tem o teu pé que pisando nela,
gera uma incrível coexistência de mundos
e me faz lembrar q os dois existem, mesmo que eu só possa viver um de cada vez.

te desejo apena um céu azul,
pq todo o resto já está lá
te esperando de braços abertos
com tudo que tem pra te dar.
não é muito, mas jamais pouco.
são eles, q para mim foram tudo
antes da gente inventar
esse outro mundo que carregamos onde for preciso
onde está Léo e seus Hermanitos
estoy yo y estas tu.

te amo, lamoamu.
te estoy esperando aca
disfrutando mi Martes sin ti.


10 de out. de 2008

Hoje eu vi o sol

E difícil entender a magnitude do momento.
mas esse foi sim a 1a vez que eu vi o sol, aqui.
Ele estava cortado em faixas, como alguma marca, não lembro de que.
estava vermelho e imenso.
estonteante no meio de tanto cinza.
eu caminhava correndo, com livros e fome, querendo chegar em casa e sentir q esse dia já acabava.
de repente olho pra direita.
no fim da rua, que vou cruzando, está ele, num riso Rojo, que nao sei se é pra mim ou ri de mim.
eu avanço o corpo por causa do embalo, e perco ele de vista.
pára tudo, recua, que esse perpectiva tá exepcional.
mas ai q fome, sigo, o embalo ainda me empurra, mesmo que o corpo esteja parado.
posso ver lá do mirador da minha rua.
faltam duas quadras.
está imenso, lindo, mas lá longe.
penso em avançar mas tenho medo de perdê-lo.
deixar de ter agora para ter depois: muito arriscado.
preciso dele.
entro na rua, q como a minha, é fechada por portão.
o guarda vai se posicionando como alguém que não vai me deixar passar.
(nesse momento a cara de gringa serve para alguma coisa)
digo: vou tirar uma foto do sol.
ele diz: um favor senhorita, cuidado porque o portão está caindo, não se aproxime demasiado.
ok.
vou, no caminho o sol já mudou, vai se escondendo, passando como uma folha numa impressora, pela nuvem que gera a doçura do vermelho, lá no céu, e faz o mundo por um segundo ter as duas dimensões de uma fotografia.
profundidade é imaginação.
ele corre, na mesma velocidade que eu.
quase me vou pelo buraco do muro.
e ele sim se vai.
deixa ainda um resto de luz,
e o mundo daqui como sempre
cinza.

mas quem disse que cinza é feio?
volto a repetir: tudo depende de como você vê as coisas.
na minha casa o cheiro é de molho de tomate.
no pátio tem um monte de pitoco.
alguma festa burguesa de aniversário de criança.
imensa população de bebes de 2 anos, devem ser coleguinhas de escolinha.
me dá saudade da Projeto.
quero que meu filho seja como alguns de meus alunos, doce, criativo, cuidadoso e feliz.
quero muito, me dissem todos sempre.
exijo demais das pessoas, da vida.
pode ser...
nunca vou negar isso, ou pelo menos vou tentar ..
mas assim eu vou levando a vida, sempre com mais sorte que vergonha, as coisas terminam superando minhas expectativas.
o mais interessante de tudo é a intensidade com que somos capazes de aprender.
em uma cena, em uma vivência, a tua vida se transforma uma vez mais.
toda tua história muda o rumo...
algumas várias vezes por dia.
e assim vai desenhando, um sobe desce descordenado, tremido e melecado,
um pouco como os batimentos cardíacos,
um pouco como as ondas do mar...
a história tem sua própria dança
dinâmica que ninguém pode decifrar

por mais evidente que a vida seja,
é inevitável sofrer
algumas vezes pelo mesmo
motivo.
outra por novos...

e o que foi que eu aprendi hoje sobre o Sol?
que ele aqui as vezes aparece.
que pode vestir-se de vermelho, e dar a impressão que é muito maior do que sempre.
que quando vê que a gente já viu, corre e se esconde.
porque vem só pra dar o recado.
de que as coisas de agora não são para depois.
e que se tu segue o embalo, muitas vezes passa reto de ti mesmo.
e se perde no caminho.

aquele olhar vazio.
que não sabe se vai ou se fica.
que se perde no tempo
por querer perder-se na história.
que deseja que nunca tivesse acontecido
que quer escapar do presente
tenta entender o passado.
quer abandonar qualquer futuro.
deixa a vida do lado de fora
olha, olha e não vê
que ao deixar de respirar, a vida não termina aí.
que a vibra do que tu escolhe fazer
te segue por qualquer dimensão
e que o medo é capaz de cegar
até alguém que já é cego.

e que a resposta pra o que te tira do ar,
pra isso que te machucou
que te prendeu nessa caixa do orgulho
que te jogou fundo tua auto-estima
não tá na conversa, por mais que seja bom conversar.
não tá na resposta
do outro
nem no perdão.
se não na mão.
que longe desconhece o caminho,
que perto não precisa de mais nada.
o corpo só quer descansar, porque tudo isso é muito pra nós
mas a mão sabe o que é.
encontra o lugar no outro.
sente todos os medo.
treme pela emoção do encontro.
e não pode disfarçar.
entrega tudo que faltava
pra aquilo que causou o dano,
converter-se no próprio remédio
e transformar a vida
em prisão-solução

7 de out. de 2008

POBREZA EM TUDO QUE É BLOG, EM TUDO QUE É MENTE!


Esse dia, e essa proposta em especial, me parecem muito importante nesse momento.
a linguagem Blog é símbolo de participação democrática na escrivinhança da história desse planeta, com as diversas línguas e línguagens, pelo menos agora somos nós que escrevemos, desenhamos e registramos a nossa época.
com as cores e sabores de cada canto desse mundo, vamos escrever sobre a pobreza.

1 de out. de 2008

REALIDADE Y UTOPIA DA JUVENTUDE LATINOAMERICANA!!

Com muita alegria, compartilho que hoje até dia 5 minhas 1as fotos concorrem a premio na Internet, o tema é o título acima, que me parece muito interessante, e especialmente para mim, nessa viagem.
essas são as 4 fotos sobre realidade, e a última sobre utopia.
Espero de todos aquela forcinha: clica no Link pra votar nas minhas fotos, se gostaram, né?!
:)


Menino Boi Bumbá

• O olhar conta a história, de quem encenando a cultura Maranhense, descobre a si mesmo e aos povos. É olho de índio, é olho de negro, caboclo muleque não deixa de estar onde anda seu povo, onde está sua gente, a cantar, a vibrar com matraca e com todas as cores da sua terra. para votar clica em: link


Chama Afro, Chama Candomblé

O ritual cuidadosamente preservado. Como a chama, que precisa do oxigênio pra queimar, o rito precisa do espírito, da arte e dos corpos que nele encontram sentido. A cultura brasileira, que é filha de mãe solteira, mama África, segue o ritmo, segue o rito, sempre forte, sempre jovem. Terreiro Ilê - São Luis do Maranhão
Link para votar!

Cuéntame quienes son los desplazados

• Son los que necesitan fuerza para dejar sus muertos. Claudia carga con su sueño sencillo y digno de un día compartir la tierra que está en lo alto del cerro. Es joven, es mujer, es madre y es campesina, líder en la comunidad. De aquí se ve todo, me decía, es mágico, es el lugar de la comunidad que con fuerza voy a extrañar. El cementerio donde se iban a despedirse, cuando la muerte aún venía apenas de visita. Hoy, la violencia es tener que dejar la tierra, no por la guerrilla, que de aquí ya se fue, sino por las semillas, que ya no son más criollas, que ya no son más diversas, que son apenas monocultivos que no sostienen el hogar de muchos. A trabajar en la ciudad porque el campesino ya no produce su salud, pierde la semilla, pierde la familia, pierde su lugar, y tiene que dejar sus muertos. Link para votar

Mercado del Muchacho
• Le pertenece el mercado, en los lunes de Altamira, Colombia. Su trabajo: cargar los plátanos y llenar la calle con su rostro de quien quiere más que lo común. En la cabeza pesan los colores, le doblan la espalda y cambian el mensaje que transmite el cuerpo. Posee todo el mercado, todo el paisaje, y aún no tiene todo. Link para votar!

Em tus Manos


-Muéstrame tus manos. -No, están feas... -Oscar, tus manos son bellas, cuentan historias de resistencia y fuerza. Si todas las manos de los jóvenes campesinos tuvieran la misma dignidad que tienen las tuyas, ya habríamos tocado el horizonte. ... Oscar es un joven campesino del sur de Colombia que no estaba satisfecho con sólo hacer una producción diferente. Hoy lucha para compartir su sabiduría, aprender más, y sobre todo involucrar a otros jóvenes en este movimiento. Su trabajo es poner en práctica el cambio que él mismo enseña a otros jóvenes: el rescate de una agricultura ecológica, saludable y sostenible. De sus manos curtidas se produce alimento, salud y dignidad para su familia, compuesta sólo por mujeres, madre y abuela. Sin nunca conocer a su padre, se hizo un joven hombre, con la más ejemplar actitud frente a la vida. Oscar, la Utopia no está lejos, no está en otras cosas que no son las que nosotros hacemos con nuestras propias manos. Debemos aprender a valorar los que es endémico a América Latina. Nuestra gente! nuestras semillas! nuestra sabiduría! nuestros trabajos! sin jamas olvidarnos de nuestros colores!!! link para votar

30 de set. de 2008

Já foi a carta pra Árvore amiga.

Ashoka, meu pé de vento.
Hoje enchi de vento o meu peito, escrevi a verdade, e mandei por email.
escrevi pra todos, pra acabar com o bafafá de que um sabe e o outro sabe a metade.
Escrevi uma carta que é também documento.
que nela conta história de amor.
nela explica meu projeto do Jogo.
nela, falo de sonhos, e de trabalho.
e aprendo a colocar os pingo nos is.

espero ter aprendido a lição.
espero crescer cada vez mais em isso.
A Ashoka é uma dessas organizações globais, que dão legitimidade para o que é o 3o setor.
tem fibra, tem ética, e tem polética.
cheia de gente boa, que faz as coisas terem sentido.

mas os setores todos tão caindo.
porque a bolsa de New York caiu.
caiu mas ninguém sabe me explicar aonde!
ninguém sabe me dizer o q acontece com esse dinheiro q nem existe.
que é feito de grito, e de poder.
mas nao de papel, nem de riqueza real.

o mercado como ele é pra mim não serve.
nao eh de verdade, se não uma imensa mentira virtual.
como o conto do Galeano, que dizia q ninguém sentava no banco sem saber porque.
fazia decadas q o banco tinha sido pintado...

um mercado que explora, espreme e destrói nações,
uma bolsa que escraviza, mata, sem mostrar a arma que usa.
é como um muro de berlin, ou todos os outros muros de Galeano:
tem que cair.
mas só vão cair quando as pessoas assumirem o que é que o muro tá dividindo.

eu admito, não entendo.
e por isso mesmo não confio.
não confio em nada que alguém não seja capaz de explicar.
todo mundo repetindo o refrão da capa do jornal, mas ninguém sabe o q isso significa.
se o jornal disse que é ruin, então é ruin.
eu já prefiro esperar o contrário.
se no jornal tá escrito que é ruin, eu pergunto pra quem?
pq se é ruin pras transnacionais que não tem cara nem tem coração.
ui q pena.
vou chorar nos seus túmulos
a alegria da queda do neoliberalismo.

nao tenho medo da quebra da bolsa.
vai gerar desemprego?
vai gerar crise geral?
que gere!!
a diferença é que quem é pobre nao tem mais como perder.
só quem tem o mundo nas mão sim.
se caímos todos juntos,
com a queda da bolsa.
parece que começa a haver justiça no mundo,
pois afinal antes quem fazia as merdas, as piores decisões políticas da história, sentava na sua sacada pra assistir o povão sucumbi.
se eles vão cair com a gente, a coisa começa a melhorar.

me chamem de radical, e até de ignorante.
mas quero ver alguém me provar que essa crise não é importante!!
a unica coisa q pode salvar nossa existência nesse planeta
são mudanças profundas na economia da terra.
e todo mundo sabe que depois da tempestade sempre vem o sol, mesmo q a tempestade dure muito, muito.

quando os grandes começam a se desesperar é quando eu sinto que as bases estão tremendo.
isso me alegra de uma forma
que eu nem preciso entender tudo, pra sentar e curtir a cena.
fico vendo cinema mudo,
esperando o desfeche.
paciente e confiante.
pq do jeito que as coisas estão
pior não dá pra ficar.
quando chega no fundo do poço
é quando dá pra sorrir e começar a voltar.

será que já tá bom por aqui, ou será que ainda vai dar pra cair mais.
por mim tudo bem,
não porque eu tenho uma vida confortável.
mas pq não tenho medo de perder meu conforto se isso signifique que pelo menos
os grandes cosumidores mundias do planeta vão aprender que não dá pra seguir nesse nível de conforto-artificial, irreal, e insustentával.
viva a queda da bolsa, da obesidade norte-americanos, e do estúpido modelo consumista que eles vendiam, mas ninguém mais quer comprar!

e que pelo menos a crise seja democrática, atingindo a todos!
mostrando pro mundo o que significa igualdade.

22 de set. de 2008

Ai Meu Blog!!

Não posso, não devo, não tenho tempo...
tenho q terminar um projeto,
uma carta importante,
ou de lavar a louça.
tenho q fazer almoço,
e aprender a caminhar na cidade.
tenho q mandar fotos pra família
e fazer desaniversários.
tenho meu melhor aluno, que me escuta com olhos de menino livre.
tenho toda a ansiedade
de quem deixou passar até aniversário.
de quem tá mudando como maré de lua.
de quem não sabe bem o dia de amanhã
mas conhece e constrói o hoje com segurança
sabendo q é sim ou sim,
pra ficar tudo bem.
recebi resposta alegre e amiga do André.
dibujador dos meus sonhos.
será q vamos papelar essas história juntos, será que ele me dará essa alegria?
a vida tem sido tão generosa comigo
que eu nem sei o que imaginar.
:)
...tem que planejar casamento
tem que deixar a agua bater.
aprender a tomar banho gelado.
subir de novo na perna de pau.
começar vida nova de grandes.
aguentar a saudade dos velhos.
tem tanta coisa q as vezes me esqueço
de respirar
e de
postar
no meu blog.
e o tempo vai passando
e em mim vai doendo esse abandono da historia contada
mas pelo menos é por uma historia vivida
com a intensidade da memória
que conta, re conta e recria o que nao quer esquecer.
nao pode.
a minha Ana de Anita vai ter outro bebe, a Lu também.
e eu sigo sonhando com a pança.
com a criança que já que vir, diz Jorge.
eu sigo esperando o momento,
ele segue me esperando também.
uma semana de casa.
e a fórmula passa funcionando:
sempre mais que ontem,
nunca tanto quanto amanhã.
o amor
como pão caseiro
sem pouco esforço, sem nada de químico,
só com ajuda do tempo
e da vida que está la dentro,
cresce sem dúvida nenhuma,
com sentido
com loucura e com razão
é pão e é amor.

8 de set. de 2008

los shipibo!

Em Sao Francisco, beira da Lagoa de Pucalpa, Amazonia Peruana.
Peru, Anna...
os olhares puxadinhos sedutores, me convencem, tenho um filho assim. e ele vai se chamar Lui.
no meio tempo dos devaneios, fotos.
as que eu mais gosto, cheias de vida e de história,
de momentos de compartir.
menina, menino, jueguete.
em vez de carros, corrida de balsa feita de flor de bananeira.
sorrisos, pulos, correria,
deixa ver, deixa tocar.
olha o piolho, diz a professora.
melhor momento de todos os tempo agora.
nao tem nada igual pra mim,
nada melhor do que beber do sorrizo de uma crianca livre,
qua anda com o pezinho no chao e o espirito conectado na terra.

as fotos vem em breve.
o carinho só inspira.
ao descobrir q dia é, lembro que é dia de Ziza.
menina flor, madrinha, amiga e irma mais velha.
guerrera dos mapas e do gps.
te extraño, mas te sinto super presente.
tudo de bom, pra ti é pouco!
tu merece mais do melhor!!
feliz aniver, amore!

e em sao paulo, meu menino caminha,
com seu princepito no bolso,
fazendo mao para essa bagunceira,
trazendo mais adubo pra esse cultivo de raizae em Lima!
vai trazer meu zancos, pernas de pau.
vai trazer meu livros, minhas tralhas, minhas coisas.
vai trazer também novas ideias, pilha nova desse encontro Avina,
mas mais que tudo vai trazer o corpo e o coracao que agora sao a minha casa
e que eu to morrendo de saudade.
mais que ontem, menos q amanha,
o amor só cresce!

só posso sorrir ao pensar em ti
ao pensar em todas as viagens que ainda vamos fazer,
até poder jogar a ancora, descer da nossa isla desconocida,
na nossa outra ilha desconhecida, ou no Villa, Maga, claro.

Gracias aos Chipibo, a Paloma, e a Mila.
saudade de cada um, com sabor de fruta amazonica!
a mata vai me tragando, enquanto vou desfrutando a dualidade do sentir.
querer fugir para estar contigo, querer estar, para fugir comigo.

e viva a canon, que me permite pintar com luz, guardar pra sempre o unico alimento que me dá forca, e que me permite criar.
colores!

7 de set. de 2008

Pucalpa - Amazonia Peruana

A cidade mais barulhenta que jà conheci!
cheia de o que aqui chamam motocar!
me dà muchas ganas de fazer um ensaio fotografico sobre essas engenhocas, que povoam as ruas, e carregam cada anedota!!
a saudade é grande,
estou aqui, e nao estou.
o tempo eh como um balanco de criança, as vezes me joga pra ca, as vezes me joga para lá.
mas pelo menos me deixa curtir todos os lugares em que posso estar...
:)

3 de set. de 2008

Better together!


Ahora, todo cambia, como sempre, pero diferente.
ya no puedo más escribir sola.
estamos juntos, porque somos better together

é difícil acreditar...
que nessas andanças todas, onde o tema era estar sola, em busca de uma tal liberdade...
e de sentido
de repente aparece alguém que quer caminhar contigo
e nem te pergunta para onde vais.
te pede um tempo, para poder fazer as malas.
fala de cores, de cinza, de poderes, de mágica, poesia.
oferece uma mão, cheia de detalhes, mão de modelo.
oferece riso, oferece leveza, pacto de verdade, transparência.
dor ao ter q rir do que nos molesta.
e uma mirada que não deixa escapar nenhum detalhes.
já não posso mais me esconder em meus medos,
correr em circulos pelas fantasias.
porque alguém me ofereceu um pézinho, para pular para o outro lado do muro.
e lá do outro lado posso ser uma, una.
onde o medo é util!
serve para nos deixar atentos, concentrados.
nao tem mais ou menos, diz ele.
contigo é tudo ou tudo.
mudando mil vezes o rumo.
não importa. eu vou contigo
vamos compartilhar nossa solidão.
pq de verdade somos sós, isso não vai mudar.
mas It's always better when we are together...

faltou uma semana inteira nesse blog.
um semana em que não pude tirar fotos.
não olhei mapas, não me localizei.
estive todos os dias viajando dentro de mim,
escutando as tuas histórias, e las imaginando em colores.
gozando tuas metáforas.
processando demasiada informação.
desejando.
despertando no meio da noite
te olhando, te escutando e me esforçando por acreditar, que essa é a minha vida.
q o que eu sonho ganha forças e pula pro lado de fora da nuvenzinha.
anda, fala, ri como um menino.
sabe o que tem que fazer para me manter caminhando ao seu lado.
entende cada coisa que digo, as vezes melhor que eu mesma - medo!

vou conhecer amazônia.
sonho de menina exploradora de feras.
mas isso não tem meu coração nesse momento.
é que não pode competir com o fato de que quando volte de viagem pela Selva de Peru, a Lima, vou para minha casa contigo.
isso sim é aventura.
dia a dia
alegria.
te amo.

solo coge mi mano
hoy llegamos al topo, como dice tu.
el reto es manternos ahi.
ya no camino sola, ya somos 3, y pronto muchos...
en busca de nuestra VillaMaga física y geografica.

ps: hoje era teu aniversário. era. mudamos ele, para q ele não nos mude.
ps2: tem gente parecida com a gente: http://foiquaseamor.blogspot.com/2008/09/essa-uma-verdadeira-homenagem-vida-que.html

29 de ago. de 2008

Arte do lado de fora da casa do melhor amigo



q saudade do meu rafinha

Ah mar...

Conheci o Pacífico...
em LIMAMIL...
Logo conto, preciso da minha escrita catartica...
compartir...
amanha q eh sabado...
esperem-me

24 de ago. de 2008

en Lima

com pressa agora, apenas preciso contar a chegada

quando o avião estava pousando, senti o meu corpo especialmente sendo atraido pela terra.
senti uma coisa forte, uma emoçao tao grande, q me deu um ataque de riso.
ri até chorar.
todos no aviao achavam q eu era gringa rindo do ingres dos comissários ...
mas era alguma outra coisa, q me fez lembra q ano passado a dúvida era entre méxico e Peru, mas q no fundo no fundo hoje eu sei:
queria ir antes pro méxico, pq o Peru vai me ter por muito mais tempo.
essa terra tem algo, q eu já desconfiava...
q será?

23 de ago. de 2008

Encontro =) (fora do tempo)

O mundo é pequeno?

MEIC, amigo querido que conheci em Walles exatamente um ano atrás!


espero que um dia possamos trabalhar juntos...
não é fácil fazer essa viagens, trabalhar voluntário, enfrentar um língua estranha, superar o desconhecido. mas vale cada pedacinho da jornada, e por cada um dos encontros é q a viagem vale a pena...
q leve no meu abraço o carinho q tenho pelo teu belo país..
=)
cuidate, MEIC!

20 de ago. de 2008

MAIOR alegria dos ultimos tempos!


Anninha, mais nova embaixadora do país dos sonhos que já é tambem projeto ecodeológico!
Embaixada móvel de VillaMaga, bem dentro desse coracao que ainda nao tem endereco fixo, mas é muito acessivel e acolhe todos com carinho!!
Meu sonhos, hace unos dias, ganharam novos personagens, novos nomes, e imagens, ilustradas pelas criativas maos de Leon Octavio, disoñador de VillaMaga, quem me nominou embaixadora.
esse momento singelo, en Cali, Colombia, acaba de dar forma e cor aos meu velhos sonhos!
gratidao enterna, trabalharemos juntos.
encontrei um professor, um amigo e um marujo, compañeiro da aventura de uma viagem para o lado de dentro!
nao podia irme de colombia sem isso, sentia, já sabia.
a viagem de ida e volta foran duras, mas valem cada minuto de iluminada coversación.
acia el futuro miramos, sonriendo y disoñando!!!

Outra vez em bogotá

essas viagens...
hoje com roupas molhadas, malas pesadas... seguindo meu caminho rumo ao que me soa como uma da maiores aventuras possíveis, Lima, Peru.
Alejandro, David, Tatis.
uma familia impressionante.
que bom que é chegar bem perto e experenciar de verdade a história de alguém, a familia, o contexto.
compartir.
depois de cada um desses lares, que em colombia também se somaram 7!!!
sete camas, sete casas, sete enderecos q por um dia ou mais eu morei, e fiz de conta q era ali meu lugar, pra ver como eu me sentia.
saio satisfeita. com primos que ganhei, amigos muy queridos. olhares inesquecívei de gratidao por uma ronda de trabalho duro e produtivo.
e me lembro de um dia q saia de uma aula de violao, das poucas q emprendi, e caminhava pela miguel tostes sonhando acordada pensando em qual seria o sentido da minha vida...
tentava eleger uma palavra, uma que fosse mais importante, agora me lembro q era porque ia a estados unidos pela primeira vez, e pensava em palavras...
essa palavra era obrigado.
queria poder escutar essa palavra ao longo da minha vida, e sabia muito bem porque. porque escutá-la significaria q estava fazendo coisas boas para as pessoas, e esse era o sentido da minha vida.
tao simples, com 15 ou 16 anos já estava claro.
esse mes fui feliz por isso. e por tantas outras coisas, especialmente palavras de amigos de outros confins, de porto alegre e outros portos...
obrigada
vou cerrando um momento para empiezar outros!
les extraño muchisimo!

e segue esse baile!

14 de ago. de 2008

A NOITE EM QUE AS ESTRELAS CAIRAM NA TERRA

Era pra ser meu dia de folga. A turma de Almaguer resolveu me levar para conhecer umas lagoas em cima de morros super conservados. O caminho era longo, saímos as 5h da manha, obviamente tudo não foi bem como planejado, já que entre nós há um Mocorroy.
Comendo poeira em uma camioneta, e cheirando diesel queimado, a paisagem ia passando de frente pra traz, como uma pelicola de matinê. Da monotonia das montanhas acidentadas, volta e meia, pero bem freqüente um dedo na estrada fazia com a caminhoneta parasse, perigando apagar, já que não funcionava com injeção eletrônica, nem tinha velas decentes. E aí subia mais um coadjuvante em minha vida. Podiam ser meninas com bebes (como a que me permitiu momentos de doçura no terrível ônibus de ontem, recarregando minhas energias com sua pequena bolinha de carne de 5 meses, calma, rechonchuda, e apegadíssima ao meu dedo indicador.) podiam ser senhores com pinta de cowboy, ponchos e chapéus quase mexicanos, com seu bigodes, sorrisos e caras marcadas... jovens perdidos a noite, senhoras agricultoras com seu rádio pendurado no pescoço, mas não pequeno como se imagina um celular, mas grandes como esses rádios pretos de plástico que os pedreiros escutam jogos de futebol.
E assim seguia, subindo e descendo gente pelo caminho. E o Camilo e suas perguntas (8 anos, e uma mente brilhante). Chegamos lá e me fizeram subir a cavalo, com razão, pois era altíssimo. Eu não sentia dificuldade de caminhar, apenas sentia que em um pequeno trecho meu coração começava a bater tão rápido que eu não podia mais respirar... e parava por preocupação de cair morta com um enfarte aos 22 anos.
Quando começamos a chegar na coluna vertebral da montanha, eu olhava pra traz e o vale de La Papas estava iluminado, verde claro, como uma coisa divina, enquanto todo o resto era acinzentado por uma nuvem bem sobre a nossa cabeça. Lá embaixo no pé da montanha a minha direita havia manchinhas claras q logo descobri que eram essas plantas extremamente peludas que são guardiãs de água. Quando chegamos lá em cima eu tive alguns segundos de uma vista, a mais linda em termos de ecossistema de Colômbia até agora. E soube que não duraria muito aquele momento. Eu, que já estava no meu limite, de uma semana super cansativa, agüentando o frio, comecei uma hipotermia forte. Começou a chover e formou-se uma imensa nuvem que já não se via nem uma partezinha da lagoa, e desesperadamente supliquei para que voltássemos.
Lá abaixo da montanha pude recuperar meu calor e minha estrutura emocional. Mas na caminho até lá me senti um bebe de colo, abandonado. O frio mexeu comigo de uma forma, meu corpo todo doia, em especial as mãos congeladas, e eu montada num cavalo que descia uma trilha cheia de cascalho, resbalando e tropeçando, e eu pensando que a qualquer momento despencava dali e batia minha cabeça numa pedra. Cheia de medo e dor, queria chorar, brigar.. mas não tinha ninguém ali pra levar a bronca.. ai eu ria por dentro e pensava como a vida era frágil.
No caminho de volta a caminhoneta atolava, parava de funcionar, juntava gente e passava pelo mesmo caminho que desse vez estava virado pro outro lado e não era mais de ida e sim de volta.
E foi nesse mesmo caminho q dessa vez escuro por noite e não por chuva, surge essa pergunta, bem séria desse menino: "mãe, por que as estrelas caíram na terra?" ao ver as luzes dos povoados a frente... e eu fiquei pensando na riqueza que é ter a mente aberta a tantas possibilidade nessa idade, que é capaz de aceitar a possibilidade das estrelas terem caído na terra.
E o que é que acontece com a gente, que endurecemos tanto, e não somos mais capazes de fazer essas perguntas...?

de Paraga...

Para el blog, desde Paraga.

O que não sai da mina cabeça é a intensidade desses últimos dias.
Ontem horas e horas, longas naquele Bus, com gente no teto, com gente nos bancos, no encosto no meu braço transformando mina coluna em Ese, e me pondo em dilemas profundos.
A primeira coisa que começou a me tirar do serio foi ver a gente metida dentro do bus brigando por lugares, brigando, discutindo, e me dizendo para sentar logo, Mona! (assim chamam mulheres brancas aqui).
E por quê brigam entre si, e não com o dono do bus?? Por quê aceitam serem tratados como gado, e postos em riscos? Naquelas curvas imensas, eu que estava do lado de dentro tinha medo de sair pela culatra, imagina quem está lá em cima sem cinto, sem nada, correndo de verdade o risco de cair.
De Almaguer sai um Bus as 4h, outros as 6h, outras as 7h e outro as 13h. Ou seja, o nosso era a última possibilidade de sair de lá ao sábado.
Estavam todos montados ai como bichos, com suas sacas grande de coisas q vendiam ou compravam no dia de Mercado (feira para gente).
E me doía pensar que isso era mais uma das formas que a gente explorada encontra de vingar sua sina explorando outros.
Por que não viajar de uma forma mais digna, pq não oferecer dignidade em resposta a dor sofrida?
E o meu dilema era se eu cedia lugar a essa agressiva velhinha que me empurrava pra fora do ônibus. Mas me dava pena: mais de 7 horas de pé torta. Por outro lado eu estaria servido ao sistema q eles criam, onde as pessoas tentam compensar internamente as coisas, sem reclamar com eles, sem confrontar. Então, buscando um caminho do meio, oferecia meu encosto de braço, e o meu conforto, já q a partir daí ía mais para o lado, caindo sobre o moço do meu lado, mas pesando a cabeça pras costas da veia.
Pensando no piolho que podia saltar facilmente de índia pra Mona... no cansaço da outra senhora que vinha toda a viagem sendo molestado por uns borrachos porque carregava uma garrafa de 2l de leite.
E a poeira entrava cada vez q paravam e metiam mais gente.
A cada buraco o teto fazia um movimento para baixo como que fora despencar na minha cabeça. Aquela gente com tralha de mercado, a decoração vermelha no teto do Bus, o cheiro de trabalho,a poeira preta no meu nariz, e a vista ao lado, tudo me parecia uma fotografia, e eu me sentia longe dali, relembrando meu cansaço, relembrando o que significou conhecer as entranhas de uma Colômbia que antes desconhecida por mim, não existia.
O desfiladeiro, alto, vazio, perigoso, duro, e a professora resolve me contar que aí já caíram 5 chivas (esse ônibus q parecem o dindinho da praia de Imbé). E em uma dela estava sua prima e muitos de seus alunos.
Ui prof, isso é hora de me contar isso?
Essa pessoa super querida, que conseguiu me fazer sentir oprimida pela quantidade de comida que me oferecia, e o excesso de proteção. Me fazia sentir como um bebe e chamar muita a tenção, o que não gosto.
Mas também é tão bom sentir o cuidado das pessoas. Assim sou eu esperando que meu sapinho cante e que seja tu. A me dizer que sou bruxa, que te conheço e que sem saber bem como ou porque, te entendo.

13 de ago. de 2008

Corpo e Alma na estrada- Macizo colombiano e muito mais...

Quanta coisa em 10 dias.
muitas fotos.
muitas cena. nem todas feitas com a Canon,
algumas gravadas na retina. e na alma.
já conto. espero conseguir.
preciso.
voltei de lá, direto para mais trabalho. mas nao consigo nem respirar.
nao consigo quase nada de ansiedade de contar, de sentir q toda a dor valeu paena ser vivida, porque virou historia, gravada neste tempo q é curto e cheio de demasiadas coisas... q nos fazer perder o foco!
pasa tempo, pasa coisa. e nao sai, ainda nao,
espera q vem, jah vem, por onde começar?

quero começar pelo mais duro,
pelo que me colocou em dilemas.
pelo que mudou minha rotina.
que me fez esquecer q tinha q comer
q me deixou na estrada, com malas perdidas, sem saber onde estava,
queimada pelo sol
molhada pela chuva, com medo de nunca mais esquecer a imagem.
pensando em porque nao consegui fotografá-la

escena 1.
eu já estava exausta, sentanda num piso quente do municipio de Rosas. partindo para o último povoado para mais uma vez repetir as oficians de projetos.
esperando um transpote com meu amigo Darwin que me acompanhou desde Paraga.
pensando: voy embora pra Popayan, minha intuiçcao me diz q já era, hoje nao dá mais pra trabalhar.
lhes explico: ia trabalhar todo o dia lá, mas como tinha falecido uma professora, adiei para a tarde apenas, para q pela manha os alunos pudessem vela-la.
13h chegou o onibus lotado, o cobrador pegou minha mala de roupa e nas minhas costas a minha mochila com lap y camera.
o onibus ia tao rápido, mal podia me equilibrar, estava bem perto da porta.
a gente amassada la dentro sendo jogada de um lodo pro outro naquelas curvas beirando pressipicio.
uiii
tenho q me desconectar.... jah sigo o relato, deixo o suspense!

dia seguinte:
passei a noite escrevendo off line e agora colo tudo aqui:
Agora a noite antes de dormir, preciso seguir essa tarefa, desopilar, descarregar.
Contar que pasó...
cena 2...
Pois esse home louco, que vinha conduzindo pelas curvas numa velocidade perigosíssima, me fez ter vontade de registrar a cena. E eu tinha minha Canon no meu peito, pronto, ligada e tudo, mas tive vergonha. Me deu pena da gente. Como se sentiriam saculejando dentro desse bus de merda e uma Mona, como me vem, gravando esse desparate em Miles de pixels. Algo me continha. Passou pisoteando meus pés o cobrador, e foi para o seu posto no ultimo degrau da porta aberta do bus. Onde também estava uma outra menina com sua saia chadrez de colegial, entre eles e eu mais duas meninas, muitas sacolas no chão e um abismo cultural. E eu ainda angustiada porque mal me equilibrava com minha mochila pesada nas costas.
Olhava pela porta para eles e de repente o inesperado, pero não improvável. 
Gritos. 
Pára, pára!!! gritavam as meninas. 
O bus começa a freiar. 
O meu cérebro não quer enfrentar a dura realidade e demora a me devolver a informcçao q captou no ambiente. 
O Cobrador desapareceu. 
O "corpo" que eu me referia era dele, na estrada.
Desci, meio insegura e ainda sem entender, com mais umas 20 pessoas. Me aproximei do local onde se amontoava La gente, se gritava, se tentava ligar para uma ambulância. Que raiva q me deu, o motorista ali de assassino irresponsável, não sabia primeiros soccoros. Os homens tinham juntado o Cobrador de um barranco. Tinha caído de cabeça em alta velocidade. E tentavam pôr ele sentado. Mas a coluna tava destruída e eu dizia: NÃO!! Tem q deixar ele imóvel, falar com ele, mantelo acordado. Não pode mexer na coluna!!! E os olhos deles estavam brancos leitosos com sangue por fora, o corpo todo quebrado com sangue, e mole. Babando, se engasgando, mas ainda respirando. 
A minha câmera se juntou com a minha respiração apertada, e eu me via tirando ela da capa e fotografando o sofrimento e a injustiça ali ilustrados por carnes e ossos. Mas não tive coragem. O ambiente era tão violento q tive medo de ofender. De assustar o maldito motorista e prejudicar o ferido. Não fiz as fotos. Mas fiz. Elas estão na minha retina, coladas. Nunca serei capaz de esquecer. 
De repente ele levantou e caiu de novo. Eles meteram ele no bus como quem mente um saco de batata, e levaram pro hospital. Eu fiquei na estrada, ali no meio do caminho, com mais montes de gentes. E com o bus se foi a minha mala, q nem era minha, e sim da Clarissa.
Eu sentei na beira da estrada e tinha um nó na garganta. Pensava na distancia do hospital, na estupidez daquele acindente, na minha maleta, e porque não tinha escutado minha intuição e ido para popayan? Queria chorar, queria ligar para alguém, para que alguém me dissesse como eu era corajoda de estar ali firme e forte. Mas não pude. Então sentei e esperei.
E olha q não gosto de esperar. Me angustia. Mas que eu podia fazer? 
Coitado do homem, eu queri dizer. Coitado!! por que? E depois de mais de duas horas sentadas ai, não podia pegar outro ônibus pois esperávamos as maletas, começa a chover. Hoje me dou conta q me queimeir com o sol, tinha medo de molhar computador. 
Sentei abaixo de uma arvore e chorei. Sem lágrimas pois a chuva já enchaguava por mim, o sangue, o cheiro, e o dilema, de não ter tido coragem de ganhar essa historia. Teria sido útil para alguma coisa. Mas tive tanto medo de ofender a dignidade desse hombre q jah tinha sido transformado em um saco de ossos.
Por que eu tinha que ver aquilo? Já estava acabando minha jornada.
Porque? Que dor pensar q podia sim ter sido eu, estava ali perto. Se fosse eu, sei q não sobreviveria, e será q saberia q estava morrendo, será q enchergaria a queda, escutaria o barulho do ossos. E porque a gente trata a vida como se fosse uma novela. Porque a gente não tem um prazer de viver tão grande quando a dor de se morrer assim?
De que serve tudo isso afinal se de repente pode acabar assim, sem sentido.
O corpo, a estrada. E eu ali. Sentada, perdida. Me sentia muito só.
Logo as coisas começaram a se resolver, chegou o prof Jill de La Sierra, me busco em seu cavalo branco que era uma moto mal revisa, branca. Chegou El Bus com a minha maleta. E foi fazer a ultima oficina. 
Cheguei lá as 16h. já era super tarde, eu queria ir embora, mas comecei o trabalho. Super seria, super cansada, super triste. 
Falei, falei, falei. Recebi a bela noticia sobre lima, e segui falando. Seguimos atividade e lá pelas 21h comecei e me sentir pior, pior, já não podia me sustentar. Baixou pressão. Pára tudo que quero descer. Sentei, fiz o q o querido tio Pio me ensinou, passou e pedi água. Me dei conta q não comia desde 10h da manha. Fui comer, voltei, terminei o trabalho, fui dormir para no dia seguinte ir embora, de vez para Popayan, em um bus com a porta aberta e muita gente pendurada nela, inclusive um home com uma menina de um aninho sentada em uma perna, q me olhava com cara de nojo quando eu pedia pra fechar a porta porque era perigoso. 
Que asco q me da La gente as vezes, como podem ser tão idotas. Até q menina saia voando pela porta, ninguém se importa. Antes eu andava nesses buses e pensava q era perigoso. Agora já era outra coisa. Uma alma ferida, uma cena doída q eu não precisava ter visto, mas vi. E um trauma. Por que a gente não aprende? Não sei, mas eu aprendi.
Corpo, na estrada, quando deveria estar dentro do Onibus.
Alma, aberta, nem sempre recebe só coisa boa nos lugares q passa.

Caminhos q se cruzam, e q deixam de existir bem na tua frente.
Esqueci de comentar que depois da chuva, depois de muito tempo esperando na estrada, chegou a ambulancia.

De resto a jornada foi cheia da ação do morrocoy.
Altamira:
Trajeto difícil, cidade pequena, mercado na segunda, radio que eu dei Buenos dias, pedrada anônima, policia nas ruas. Fotos belas, cidade com pouco carro, casas na beira da estrada. Vendem minutos e até chamada internacional.
Fotinhos em breve
Almaguer:
Trajeto duríssimo, em moto. Pela altura e pela velocida, muito frio. Estrada perigosa.
Raiva. Me buscam sem capacete, risco e mais risco. Vamos comer poeira.
Chego e enfrentei vários desafios.
O acampamento, onde os professores não são exemplos. Onde esperam muito de mim, eu vou indo, tateando, onde o cavalo é para mim, e me dá muita vergonha. Riem de mim porque lhe deixo descansar. Eu digo pra ele andar, porque eu não vou bater, então q me escute.
Cidade linda, de piso ladrilhado, não batido, não vi nem um carro. Demorei pra me dar conta disso. Só cavalo, moto e caminhonete de trasposte coletivo. Fotos impressionantes, choques culturais. Não comem verduras,indígenas de varias regiones, fotos do mercado geniais. logo logo...
Sexta feira: dia de descanço, me oforecem de ir conhecer logoas. Longe, carro estragado, de gado. Metade do caminho, faltam mais duas horas de carro. Decidem ir assim mesmo, quase morro pela autura nao consigo mais caminhar, vão um busca de um cavalo. A estrada não passaria nem caminhonete com tração nas 8 rodas!!
Nada, o cavalo afunda e se desespera no barro fundo e pegajosos, eu quase caio mil vezes, me canso de brincar de rodeo. Quando começamos a chegar no pico na cordilheira a paisagem roba a cena. Mal cosigo respirar, é imenso e lindo. Ai está o lado, faço umas fotos, faz muito frio, jah não posso mais agüentar, chega outros gritando, fecha-se a nuvem ninguém mais vê a lagoa. Ela não se deixa ver , diz a prof. Se não respeitam o silencio, começa a chover eu começo a entrar em pânico pela dor nas mãos de tanto frio. Acho q era uma hipotermia, descemos correndo, não consigo me seugrar no cavalo, e os cascalhos fazem de cada passo uma possível queda. Eu odeio esse momento, desejo a minha mãe, e nunca ter saído de casa.. quero chorar de raiva. Mas tudo passa.
Mais abaixo paramos para comer, a chuva não chegava no pé da montanha.
TranQuilo, agora soh falta 2 hora de caminhada de volta na estrada de barro, e mais 4 horas de estrada de chão.

ESSE FOI O DIA Q AS ESTRELAS CAIRAM....
LOGO VEM AS FOTOS