2 de nov. de 2008

Meu 1o Terremoto

Não é terremoto, Anna, é Temblor, explica Jorge, quando afirmo sorrindo:
foi meu 1o terremoto.

Eu, deitada na cama, sábado de manha, normal, um pouco chateada, pensando no tema da discussão, e escutando o barulho da ducha em que se banhava...
de repente por um segundo penso: é uma criança mesmo, se atirando assim na cama, como se tivesse 5 anos, pensa que assim se resolve tudo, me fazendo rir...
pero, em micro segundos raciocino: ele continua na ducha!
num movimento brusco destapo o edredon da minha cabeça e olho toda a cama, que balança como um colchão dágua, em ondas.
não está!
Não tinha se atirado na cama, mas vinha correndo do banho,
enquanto o piso de baixo dos seus pés balançava como se estivéssemos em auto mar
aí já entendia o que acontecia.
mais alguns micro-segundos: me levanto.
vestir-se correndo... descordenada, tremendo.
não sei se era a minha perna ou o chão de baixo do meu pé.
nunca vou saber.
penso, será q toda casa vai despencar?
onde estará a minha câmera?
é o que eu tenho de mais valor, preciso pegar, não posso deixar.
mas nao consigo me mover,
numa mistura de riso e choro pergunto, com os olhos bem arregalados: qué hacemos?
pega roupa e vamu sair daqui,
treme a 3a vez, já mais fraco que antes.
corremos para porta, os vizinhos na rua...
me explica: em geral é assim, saem pq primeiro vem fraco e depois vem o perigo.
e no fim nao veio.
mas eu igual me pus a chorar
devagarinho, olhando o pedacinho pequeno de terra do jardim minúsculo
do vizinho.
lembrei das raízes e das plantas, elas não desmoronariam.
pensei nos Incas e em suas construções,
pq não eramos assim tão inteligentes??
pq deixamos q caiam as casas?
me repreendem: nem foi tão forte, não chora...
tudo bem,
mas estava emocionada,
afinal era meu 1o terremoto!

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