7 de fev. de 2008

...quem chega cedo bebe água limpa!


Disse uma amiga, prometendo madrugar, para garimpar no meu exercício de desapego.
este fim de semana vai fechando o fim do ciclo.
vou entregar o Apê, fazer as malas literalmente, e vender tudo que não preciso.
armário, roupas, até aquelas coisas q gosto muito.
vai ser bom, já está sendo, na real.
esse brechó, essa mudança mexendo comigo...

quero escolher umas fotos do carnaval.
as coisas incrivelmente têm acontecido como eu desejo.
nunca é preciso, mas rola, e por isso sou muito grata.

passei num intenso processo esses dias de festa.
fui conhecer o lugar, que já não mora mais no meu colar, não se restringe ao meu colo.
é o lugar que o grande amor escolheu pra ele.
é um lugar que eu escolheria.
mas ainda nào escolhi.
só posso fazer isso depois.
preciso ir.

lembra?

fiquei tão feliz hj, qnd falando com uma querida amiga ela me solicitou q escrevesse. q estava querendo me ler.
fiquei tão feliz hj, falando com um dear friend, q me disse q minhas fotos estavam ótimas.
fiquei tão feliz hoje por ter tido dois dedos de prosa com minha querida mãe.
mal sabe ela o quanto eu a admiro.
nào pq eu nào diga, mas pq ela é daquelas pessoas que não busca admiraçao.
tudo q ela busca é dignidade. ela busca fazer a diferença como puder, e também ser feliz.
nossa, que alívio.
por mto tempo ela só se dedicava a nós dois, seus pequenos brotos...
e eu e o mano crescemos fortes!
interessadíssimos nesta vida.
ela conseguiu.

hoje conversamos sobre a vida, assim, no meio da janta.
estavamos naquele papo padrão de tipo: esse mundo capitalista exige q as pessoas se alienem, e seja individualistas...
aí eu disse: mãe, tenho uma coisa mto séria pra te dizer.
na minha cabeça eu pensei em começar dizendo o quanto senti falta dela esses anos, em especial esse ano em que saí de casa. depois queria dizer, emocionada, que sentiria muita saudades mesmo, mas que ela tinha que enfrentar isso: eu estava indo mesmo. pra talvez nao voltar.
(não sei por que isso nao sai da minha cabeça).
mas o nó veio, e nao disse nada disso.
pulei pra contar pra ela a parte q não me faria chorar.
contei q hoje, ao sair do shopping (fui comprar uma passagem de avião pra Montevideo) me senti tão estranha, pensando que era tão diferente.
todas aquelas pessoas buscando um tipo de satisfação, umas nas outras, nas coisas que adquirem.
e eu?
o que afinal eu buscava?
com essa minha inconformidade.
com essa mania de liderança.
com essa consciências que quanto mais quer, menos tem...
já saí da alienaçao (em algum sentido)
já sei que nada sei.
já sei q é preciso mudar.
já sei que há injustiças.
sei que há alternativas.
sei que há mentes a serem contaminadas.

mas como?

é, quero conhecer essas histórias, que estão por aí, pelo mundo, abalando suas estruturas.
cambio.

mas e eu?
ah, depois eu resolvo isso.
a saudade da mãe nào mata.
não matou antes, não vai matar agora.

e a saudade dos que eu nem conheço ainda?
essa sim, essa me faz levantar e andar.
me poe de pé bem cedinho.

porque eu tb quero beber água limpa, dessa fonte de inspiraçao que é a Ashoka (www.ashoka.org.br)!

A Naturaleza move. ela sabe o que faz.
e nós?

a doidera do processo recém vivido foi forte.
por um momento (alguns dias)
vivenciei e entendi tanta coisa, que há tempos vinha madurando,
vinha decantando na minha mente.
e é como o efeito da fumaça que tantos buscam,
pra conseguir sair de si, e entender o que esta passando a si mesmo.
eu pude sair, de várias formas. e entender.
entender o outro ainda assim nao significa consensuar.
ainda não acredito nesse caminho.
entendo, aceito.
mas tenho muita curiosidade de conhecer outros.

vou em busca dessa força também.
entendo os motivos, entendo os efeitos, entendo.
mas ainda não vou me entregar.
sou dura e nao considero virtude.
mas é virtude reconhecer em si os próprios limites.

entre outras coisas tomei meus 1os banhos de rio nua com a mão no bolso....
hehehehe
legal.
apendi a fazer bolo sem fermento, só com clara de Pata em neve.
aprendi a fazer cuzcuz.
aprendi muito sobre mim, sobre eles.

agora é assim.
bate um vento frio na barriga, na espinha, nas costas.
vai batendo a saudade. vai-se relativizando as coisas q antes eram eleitas problemas.
percebo como tenho bons amigo, ou como gosto muito dos que tenho.
percebo a música diferente no meu corpo.
e o valor de se ter tolerância.
de ser solidário.
de entender.
em especial o outro, pq a gente precisa tanto né?
ser entendido pelo outro.

o tempo, quando se passa um tempo perto de algo tão grandioso como a Mata Atlântica, seus rios e seus frutos, ele muda.
as coisas todas mudam de valor.
e a busca pelo sentido talvez nem seja mais necessária. pois já se está lá.
lá é bom o suficiente.
não se precisa mais ir.

eu viveria lá.
se eu estivesse aqui, pra poder ficar.
mas como sabemos, já não estou.

saudade é um sentimento muito rico. nos faz muito dignos, pois demonstra q à algo damos grande valor.
e como é importante dar valor às coisas vivas, pessoas ou não.
a gente é que ganha sentido ao dar valor à coisas que realmente tem valor.

sonho em um dia poder dizer muitas palavras com as imagens q seleciono do contínuo cenário em que existimos.

vento faz bem nessas horas.
luz também.

obrigada

obrigada

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